Feira de Ciência e Tecnologia de Alimentos do Cesupa une inovação alimentar e bioeconomia
A feira apresentou ao público uma mostra de produtos alimentícios desenvolvidos pelos alunos. Foto: Beatriz Moura.
O curso de Nutrição do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa) realizou, no dia 5 de dezembro, mais uma edição da Feira de Ciência e Tecnologia de Alimentos. O evento, que ocorreu no Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia - Porto Futuro II, consolidou-se como um espaço privilegiado para expor a criatividade e o rigor técnico dos discentes, integrando conhecimento científico, empreendedorismo e valorização da sociobiodiversidade amazônica.
A feira apresentou ao público uma mostra de produtos alimentícios regionais e inovadores, desenvolvidos ao longo do semestre pelos alunos. “Aqui estão expostos produtos que utilizam matéria-prima da região amazônica, apresentados em formato de feira. Paralelamente, ocorre a Feira de Empreendedores, que comercializa itens que têm tudo a ver com a floresta viva”, destacou a coordenadora do curso de Nutrição, Daniela Gaspar.
Além da exposição de produtos, a programação ofereceu uma agenda de conteúdos complementares. Os participantes tiveram a oportunidade de aprofundar conhecimentos na aula “Comércio e alimentação da cidade de Belém”, ministrada pelo historiador Michel Pinho, e na palestra “Alimentos regionais no combate à obesidade”, conduzida pela nutricionista Lourdes Braga. Essas atividades enriqueceram a discussão sobre os aspectos históricos e contemporâneos da alimentação na região.
Inclusão e valorização cultural - Os projetos dos estudantes evidenciaram uma forte conexão entre inovação tecnológica, responsabilidade social e identidade cultural. Um exemplo foi o apresentado pela discente Jordana Vitória, do 4º semestre, representante da empresa Waraná. Seu produto, o “Narápop”, é uma trufa energética à base de chocolate e guaraná, sem lactose e sem glúten.
A aluna explicou que a proposta vai além do aspecto comercial: “Tem como objetivo valorizar a Amazônia e também atender ao público intolerante e celíaco, promovendo inclusão. Buscamos estabelecer uma cultura de sustentabilidade por meio da embalagem, que é de papel de arroz e comestível ou solúvel em água, gerando zero resíduos”. Jordana ressaltou ainda a importância afetiva e cultural do guaraná, matéria-prima central do produto, e sua motivação pessoal em criar alternativas acessíveis e palatáveis para pessoas com restrições alimentares.
Integração com o ecossistema de bioeconomia - Um dos diferenciais desta edição foi a integração com a Feira de Empreendedores da Bioeconomia, que permitiu a convivência entre o conhecimento acadêmico em formação e iniciativas empresariais já consolidadas no mercado.
Entre os empreendimentos presentes, estavam o Pomar da Ilha, Bee-Commerce Amazônia e produtos regionais produzidos pelo Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém. Essa união proporcionou aos visitantes uma visão abrangente do potencial econômico e sustentável dos recursos amazônicos, da pesquisa à comercialização.