Fórum de Liderança Feminina debate estratégias para equidade de gênero no mercado de trabalho

A painelista Fiona Murden durante sua palestra “O poder de ser você e liderar com autenticidade”. Foto: Suzane Lima.
No dia 10 de setembro, o Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa) promoveu o Fórum de Liderança Feminina, um evento dedicado ao debate sobre equidade de gênero e empoderamento feminino no ambiente profissional. Com o apoio de instituições como British Council, Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Ita), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o fórum reuniu especialistas nacionais e internacionais para discutir mecanismos de incentivo à presença de mulheres em posições de liderança em diversos setores.
Na abertura do evento, Letícia Rodrigues, uma das coordenadoras, destacou a importância da iniciativa em evidenciar o panorama da liderança feminina e criar um espaço de acolhimento para troca de experiências. Em seguida, a professora Maria Fasli apresentou uma pesquisa inédita sobre os desafios enfrentados por mulheres para ingressar e permanecer em cargos de liderança, onde a sub-representação de gênero é mais acentuada.
O reitor do Cesupa, professor Sérgio Mendes, enfatizou a relevância de transformar discussões em ações efetivas: “É uma alegria receber, pela segunda vez, este evento em nossa instituição. E, aqui, destaco que iniciativas estratégicas só adquirem sentido quando transformadas em ação. Por isso, as reflexões e discussões de hoje devem nos guiar na direção de novos avanços. Embora tenhamos evoluído, faltam mulheres à frente de diversas áreas, no âmbito de carreiras e posições de trabalho e liderança em que ainda há forte predominância masculina. De todo modo, creio que o caminho para a igualdade deva ser trilhado mediante a compreensão e interpretação adequadas e pertinentes das diferenças hoje vigentes”, sublinhou.
Na sequência, a pesquisadora Fiona Murden ministrou a palestra “O poder de ser você e liderar com autenticidade”. Ela abordou estilos de liderança feminina, a “síndrome da impostora” e os desafios da dupla jornada, oferecendo insights valiosos para a elaboração de políticas práticas em prol da equidade.
A empreendedora Nana Lima compartilhou sua experiência na palestra “Por trás da Think Olga e Think Eva: como uma narrativa com propósito impacta e potencializa a liderança feminina”, mediada pela professora de Publicidade e Propaganda do Cesupa, Thatianne Sousa. Em sua fala, a painelista reforçou ser fundamental a autonomia feminina em suas múltiplas dimensões: “É essencial compreendermos os diversos tipos de liderança, que se aplicam a diferentes contextos. Liderar significa inspirar, influenciar e lutar por autonomia. Com isso, nossos estudos identificaram a tríade da autonomia feminina: financeira, intelectual e emocional. Logo, para promover mudanças que as envolve, é preciso analisar dados, identificar problemas e agir para reverter estatísticas negativas. A autonomia é, assim, a base concretizada de direitos, oportunidades, liberdade e dignidade.”
No período da tarde, quatro painéis temáticos ampliaram a discussão, abordando desde a liderança corporativa e comunitária até a atuação de jovens e inserção no meio acadêmico. Mediadoras e convidadas de entidades, como Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável (Cojovem), Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Pará (Semas), Movimento de mulheres das Ilhas de Belém (MMIB) e Da Tribu, trouxeram visões diversificadas sobre como transformar trajetórias individuais em impacto coletivo e sustentável.
O Fórum de Liderança Feminina consolidou-se como um espaço fundamental para reflexão, proposição de ações concretas e fortalecimento de redes de apoio. O evento não apenas destacou os desafios existentes, mas também reforçou o compromisso das instituições envolvidas em promover mudanças significativas para um mercado de trabalho mais igualitário, diverso e inclusivo.