Alunos do Mestrado Profissional em Inteligência Territorial e Sustentabilidade (PPGITS) do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa) e representantes das Secretarias Municipais de Meio Ambiente (Semma) de Belém e Marituba participaram de uma aula imersiva na Ilha de Cotijuba, promovida pela segunda turma do programa, no último dia 10 de maio.

Durante a visita, os participantes conheceram a sede do Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB), onde foram apresentadas iniciativas de empreendedorismo feminino. A programação incluiu ainda a visita à Cooperativa Ambiental da Ilha de Cotijuba (CAIC), que compartilhou suas práticas de coleta seletiva, e o encontro com a produtora local Dona Deca, que falou sobre sua experiência com a produção de alimentos orgânicos na ilha.

Sobre a proposta pedagógica do curso, o coordenador do PPGITS, professor Marcos Paulo Alves de Sousa, explicou: “O programa adota uma metodologia baseada nos Projetos Territoriais Interdisciplinares (PROTIs), que integram saberes locais e conhecimento científico com foco na entrega de produtos técnicos e tecnológicos, sempre a partir de desafios territoriais reais. Os PROTIs são desenvolvidos a partir da escolha de um território amazônico no início do período letivo, permitindo uma análise contínua e multidimensional de suas complexidades.”

A bióloga e aluna do mestrado Roselea Almeida, moradora da Ilha de Cotijuba, ressaltou: “Essa imersão foi uma grande oportunidade para que os alunos compreendessem os desafios da nossa ilha sob diferentes visões e pensassem em soluções que valorizem o território e contribuam para o bem-estar da comunidade. Cotijuba tem uma rica biodiversidade, mas também enfrenta sérios problemas sociais e ambientais”.

A ação também abre caminhos para uma parceria entre academia e gestão pública, reforçando a importância da colaboração entre instituições. “Acredito que o PPGITS pode ser um importante parceiro para apoiar a Prefeitura de Belém nas discussões e propostas voltadas aos desafios ambientais enfrentados pelas ilhas do município”, ressaltou Eduardo Furtado, técnico da Semma Belém.

Já Leila Rocha, coordenadora de Educação Ambiental da Semma de Marituba, destacou o potencial de replicação da iniciativa: “Fiquei muito entusiasmada ao conhecer a metodologia adotada pelo programa, que combina inovação, integração de saberes e ações práticas. Acredito que essa abordagem tem grande potencial de ser replicada em unidades de conservação da região metropolitana, como o Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia (REVIS), localizado no município de Marituba-PA.”